domingo, 9 de setembro de 2012
Uma Longa Caminhada VII
Archive for julho, 2011 ( entra em setembbro e o Dr. Maia ficou em silencio...
jul 15 2011
NOTA DO SNA – AUDIÊNCIA COM O MINISTRO DA JUSTIÇA
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A diretora de Previdência do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio, foi recebida em audiência, nesta quarta-feira (13/7), pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Dr. Castagna Maia, a diretora Graziella Baggio e o senador Paulo Paim em audiência com o ministro da Justiça. O objetivo da reunião, realizada em Brasília, foi pedir o apoio do ministro à causa dos aposentados e pensionistas do Aerus e Aeros. Os sindicatos cutistas e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) vêm há anos buscando um acordo definitivo com o governo, através da Advocacia Geral da União (AGU), a fim de garantir a integralidade do pagamento das pensões e aposentadorias dos participantes dos fundos.
O senador Paulo Paim (PT-RS) participou da audiência, a convite dos trabalhadores, mais uma vez demonstrando seu empenho em busca de uma solução para os aposentados do Aerus. Paim é autor do projeto de lei 147/10, que autoriza a União a indenizar os beneficiários do Aerus, e tem dado um grande apoio à causa, no Congresso e junto ao governo, ao longo dos últimos anos.
Graziella Baggio, o senador Paim e o assessor jurídico previdenciário do SNA, durante a audiência, que durou mais de uma hora, relataram ao ministro as ações das entidades sindicais e parlamentares, e repassaram as informações sobre os processos que tramitam na Justiça em defesa dos aposentados e pensionistas da Varig, Vasp e Transbrasil.
O ministro José Eduardo Cardozo demonstrou sensibilidade e comprometeu-se a discutir o assunto com a equipe econômica e demais ministros, além de encaminhar o tema junto à presidenta da República, Dilma Rousseff, em prol de um acordo com a União que garanta as pensões e aposentadorias dos participantes do Aerus. A sindicalista e o assessor também puderam conversar com o ministro sobre as propostas de acordo encaminhadas à AGU, em 2009. As propostas foram bem recebidas por Cardozo.
As alternativas dos aposentados e pensionistas do Aerus que vêm sendo travadas na Justiça são as ações no Supremo Tribunal Federal (STF) e na 14º Vara da Justiça Federal do DF, e a ação da terceira fonte.
No STF, as entidades sindicais lutam para agilizar o julgamento de recurso na ação de defasagem tarifária da Varig contra a União, na qual o Aerus é credor prioritário para o recebimento dos recursos oriundos do processo, que está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia.
Na 14º Vara, as entidades esperam agilidade no despacho do juiz responsável pela Ação Civil Pública que responsabiliza a União a integralizar as aposentadorias e pensões dos participantes do Aerus. Nesta quinta-feira (14/7), o processo foi reencaminhado à AGU, que tem quinze dias para apresentar sua manifestação final. O reencaminhamento ocorreu devido à solicitação da AGU de manifestação do juiz Dr. Jamil sobre uma petição anterior que aguardava despacho do magistrado. Após este prazo, o processo deverá ser encaminhado ao Ministério Público, para manifestação, por um prazo que será deferido pelo próprio juiz, para em seguida ser sentenciado, caso não seja protocolada mais nenhuma petição, ou carta aberta, que venha a atrasar ainda mais a decisão.
As entidades sindicais dos trabalhadores buscam garantir os direitos dos aposentados e pensionistas do Aerus/Aeros, assim como o pagamento dos créditos trabalhistas dos aeronautas e aeroviários ex-funcionários do grupo Varig.
Na audiência com o ministro, Graziella Baggio representou também a Fentac/CUT e foi acompanhada pelo advogado previdenciário das entidades, Dr. Castagna Maia, responsável pelos processos em defesa dos aposentados e pensionistas do Aerus e Aeros. A sindicalista, o assessor jurídico e o senador Paim saíram bastante otimistas com o comprometimento do ministro e consideraram a reunião bastante produtiva.
O SNA ressalta a importância de todos os trabalhadores, aposentados e pensionistas manterem-se informados e unidos, atuando de forma coordenada, acreditando na vitória e na justiça.
431 responses so far
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Este é o único post deste mês e teve muitas respostas... aw prolongou até setembro e teve considerações de um acordo que o SNA acreditava ser possivel e nunca se concretizou...
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# Petraem 02 ago 2011 �s 06:51
Repassando ;
PESSOAL;
Foi publicado no Diário Oficial da União de hoje a dispensa pela PREVIC dos administradores especiais do AERUS, Sr. Aubiérgio Barros de Souza e Sr. José da Silva Crespo Filho. Para desempenhar essa função foi nomeado o Sr. José Prereira Filho.
Ainda não foi possível avaliar as iimplicações desta mudança. Não sabemos até que ponto o novo administrador conhece nosso problema. Assim que tivermos mais notícias repassaremos para todos.
ZOROASTRO
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# Vejaem 02 ago 2011 �s 17:44
Revista Veja (AERUS)
Coluna do Ricardo Setti
Link Blog:
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/post-do-leitor-a-heranca-maldita-e-a-tragedia-pessoal-dos-ex-funcionarios-da-varig/
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# Petraem 03 ago 2011 �s 08:23
E para adoçar a nossa quarta-feira , que tal um pouco de Facundo Cabral e seu belíssimo ” Te Quiero ” ???
http://www.youtube.com/watch?v=aCSerMJSOU8&feature=player_detailpage
Beijinhos carinhosos
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# Freitasem 03 ago 2011 �s 20:12
Caríssimo Dr. Maia
Na quarta idade, desesperado , triste, desanimado e deprimido pela situação que o Aerus nos deixou, tomo a liberdade de lhe fazer uma pergunta. Tudo indica que dia 12 de agosto o Ministério Público devolverá o processo 2004-34-00010319-2 para o juiz da 14. vara. Desta forma creio que muito em breve haverá o julgamento do caso. Minha pergunta é a seguinte: não haveria uma forma de aproximação ao juiz encarregado do processo, tanto pelo senhor como pelos senadores Paulo Paim, Álvaro Dias e Ana Amélia, assim como da própria Graziella? Este é o momento ideal para que o juiz sinta ” mais de perto ” o drama de 8 mil aposentados, que dependem dele para que suas vidas sejam restauradas. A responsabilidade dele é imensa. Eu sou responsável por meia dúzia de pessoas e sinto nas costas o peso desta responsabilidade. Imagino o peso nas costas do juiz por saber que OITO MIL pessoas dependem dele. Na iminência do julgamento penso que seria extremamente válida esta aproximação do juiz no sentido de sensibilizá-lo. Claro que ele deve estar a par de nossa situação, mas de repente uma aproximação final, aos 45 minutos do segundo tempo, pode representar muito na sua decisão.
Com a palavra nosso amigo e protetor Dr. Maia.
Deus abençõe a todos
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# Gelson Azevedo Juniorem 24 ago 2011 �s 10:29
Prezado Dr. Maia ,
Caso com a ajuda divina ( alem da sua e da Graziela e outros) tenhamos sucesso na 14 VARA , alem da atualização das nossas pensões, iremos receber os atrasados de alguma forma?
Saude e paz
Gelson
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# Vera Elenaem 26 ago 2011 �s 19:49
Sindicato Nacional dos Aeronautas / Informes & Comunicados / Aerus: no caminho da solução
Aerus: no caminho da solução
Sex, 26 de Agosto de 2011 17:46
A direção do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e a da Fentac/CUT esteve em Brasília, nos últimos dias, para encontrar-se com autoridades envolvidas na construção de um acordo que dê fim ao drama vivido pelo aposentados e pensionistas do Aerus.
Os dirigentes sindicais buscaram avançar na discussão em prol de uma solução definitiva para os participantes do fundo, e saíram confiantes após as conversas.
Também reuniram-se em audiência com o juiz federal da 14ª Vara, Dr. Jamil, responsável pela ação civil pública movida pelos sindicatos de trabalhadores do setor aéreo. No encontro, os dirigentes sindicais relataram mais uma vez as dificuldades enfrentadas pelos participantes do Aerus nos últimos seis anos.
O SNA acredita que um acordo capaz de atender aos anseios dos trabalhadores, depois de todos esses anos de dificuldades, possa ser alcançado até o final deste ano.
E conclama os aposentados, pensionistas e trabalhadores na ativa a manterem-se unidos, confiantes na justiça
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# S.G.Pinheiroem 29 ago 2011 �s 14:40
Fernando
Confesso que tambem fiquei preocupado, ao ler a nota do SNA, que entre outras
coisas diz :
“O SNA acredita que um acordo capaz de atender aos anseios dos trabalhadores, depois de todos esses anos de dificuldades, possa ser alcançado até o final deste ano.”
A nota acima, ao meu modo de ver, em princípio, não leva em consideração, o resultado positivo na Ação Civil Pública, que está prestes a ser dada a sentença,
sem necessidade de acordo. Uma vez que, como voce diz :
” Para os aposentados a sentença favorável obrigaria a União a pagar JÁ, as nossas pensões (ou a completar o que falta).”
… espero que eu esteja “viajando”…porque acredito demais , que nós vamos
conseguir e é através dessa Ação… e já, …assim que agosto acabar !!!
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neriaalvesem 29 ago 2011 �s 17:13
Amigo, S.G.Pinheiro,
Segundo sua informação em 29.08.11 o processo, está com carga para ser feita a publicação do despacho, mas qual será o teor desta publicação? Isso aumenta não só a minha afliçao como a de todos que anseiam por uma solução. Vamos pedir a Deus para nos ajudar nessa luta e muita saúde e força para o nosso incansável Dr. Maia
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# Petraem 29 ago 2011 �s 17:14
O tão ansiado acordo, quando sair ( pois tenho certeza de que em breve sairá) , não invalidará nem atrazará nenhuma das ações que possam vir a serem julgadas em breve , pelo contrário , só nos dará a certeza que precisamos de que nenhuma liminar poderá cassar qualquer sentença … mesmo sendo favorável a nós .
Então , o bendito acordo só viria para somar e sacramentar a continuação do pagamento do nosso Aerus , por isso ele é tão importante , e é por isso que Grazziela e a CUT /Fentac junto com um grupo grande de colegas têm feito tanto esfôrço e têm se desgastando tanto , para viabilizar a celebração deste acordo . Seria a garantia e certeza de que continuaríamos a ganhar até que o último dos nossos moicanos viesse a falecer . Garantia absoluta ( se é que isto existe aqui no Brasil …) .
Além da ação de dr. Maia , da ação da Diferença Tarifária , o acôrdo seria a cereja do bolo chamado Aerus !!!
Vamos torcer !!!
Beijinhos carinhosos ,
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# S.G.Pinheiroem 01 set 2011 �s 14:01
… Ufa !!!
… até que enfim, agosto passou !… que setembro venha com duas grandes
notícias: A primeira e mais importante de todas, a recuperação plena da sua
saúde e a segunda a recuperação dos nossos direitos.
… Dr. o seu silêncio fala mais alto.Aprendemos a entender e respeita-lo.
Pode estar certo de que nesse momento, tem milhares de amigos seus, que estão
assim como eu, orando e pedindo a Deus que o proteja sempre.
O sr. já fez demais, por nós até agora. Pode estar certo de que dias melhores
estão bem próximos e com certeza venceremos as duas batalhas.
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# Freitasem 05 set 2011 �s 21:27
Meus amigos
Lá atrás ( 3 set – 21:34 ) eu manifestei minha estranheza pelo fato de a ação civil do Dr. Maia ter sido enviada para a Previc. Estranhei o motivo e questionei sobre quanto tempo ela ficará naquele órgão. Não consegui entender a razão do envio para a Previc, pois pensava que o Dr. Jamil Jesus já estaria na iminência de dar seu parecer. Cada dia para nós assume imensa importância, visto que estamos todos entre 65 e 85 anos e o tempo conspira contra nós. Agora surge mais essa, a Previc resolver pedir o processo. Por que? Por quanto tempo?
Estranhei também porque não li sequer um comentário de nenhum colega sobre este fato. Será que nosso pessoal já está jogando a toalha e desistiu de se manifestar?
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# Petraem 10 set 2011 �s 10:54
Como hoje é sábado , dia antigamente de tertúlias poéticas aqui no Bolicho , vamos manter a tradição …
” … Que a minha solidão me sirva de companhia .
Que eu tenha coragem de me enfrentar , que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir pleno de tudo . ”
Clarice Lispector
Meu rei , ontem acabei nem passando por aqui , como vi que até a tarde não havia nada de novo liberado , acabei não abrindo mais o PC a noite .
Volto mais tarde se encontrar algo digno de postagens no jornal e nas revistas semanais .
Mas deixo seus abraços e beijinhos carinhosos recheados rajadas de vento forte ( nova frente fria entrando ) , sol fraquinho , calor , nebulosidade , cafunés , carinhos , cheirinhos e meu infinito bem querer .
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jun 21 2011
OUTRO MINUTINHO, POR FAVOR
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Andei passando um mau pedaço. No tratamento, chegou a vez da radioterapia. Após dez sessões, a dor ficou insuportável. Tive que suspender a rádio naquele momento. E não descia alimento algum, e nem água. Após alguns dias tentando ingerior suplementos alimentares líquidos, não houve jeito: tive que colocar uma sonda nasal para alimentação. A primeira sonda era muito fina, e não durou 24 horas. Entupiu e tique que fazer nova sedação para a colocação da nova sonda.
Agora, finalmente, estou sendo alimentando e cessou a perda de peso. Por sorte, havia algum excesso que ajudou bastante neste período. E ontem retornei à radioterapia.
Tudo indica que a pior fase já passou, mas me obrigou a alguns dias de estaleiro. O ritmo ainda não está normal por causa da sonda. Mas que fique claro: todo o problema recente diz respeito ao tratamento, não à doença.
Não pretendo usar o blog para tratar de questões pessoais, mas precisava agradecer a todos pelos votos de melhora e pelas preces. Em seguidinha as coisas devem voltar ao normal.
97 responses so far
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# Petraem 21 jun 2011 �s 18:08
Agora é só melhorar , a tempestade passou !!!!
Abraços e beijinho mais que carinhosos .
Obrigada pelas suas palavras , ajudou a tirar um peso enorme do meu coração .
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paizoteem 21 jun 2011 �s 18:09
Só passei para dizer ao amigo;
VOCÊ NÃO ESTA SOZINHO!
E para repetir o mesmo comentário feito lá no inicio, continua valendo .
Dito isto volto para meu re3tiro.
Abraços!
paizote em 04 out 2009 �s 21:21
Eu quero, eu preciso , que o sr se cuide.
A saúde é mais importante que qualquer “causa”.
Estou certo de que logo terá melhoras, e poderá nos dar noticias boas.
E quando falo de noticias boas, refiro-me a sua saúde… o resto é o resto.
Tudo o que realmente vale alguma coisa …não pode ser pago em dinheiro.
Firme! Grande companheiro.
Abraços , e sinceros votos de rapido restabelecimento!
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# Solangeem 22 jun 2011 �s 08:52
Dr. Maia, o Reiki e a cura prânica é excelente ajuda após estes tratamentos. Se o sr. não tiver quem faça pessoalmente, e me autorizar, posso enviar à distância. Mas preciso de sua autorização.Seria um prazer.
Abrcs
Resposta – Fico muito grato, Solange. Claro que autorizo.
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# marcio6067em 22 jun 2011 �s 10:02
Hi Dr. Maia,
Obrigado. Faço minha as sábias palavras de Paizote.
E compartilho os votos de todos os que aqui se manisfestam.
Paz e Saúde. Sempre.
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# Gelson Azevedo Juniorem 22 jun 2011 �s 14:08
Dr. Maia,
Estamos rezando pela sua total e rapida recuperação .
Fique com Deus
Abrç,
Gelson
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mai 19 2011
ATUALIZAÇÃO
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No caso da ação civil pública envolvendo os participantes do Aerus, requeri fosse aberto prazo para que os réus se manifestassem sobre a farta documentação juntada. Foi aberto o prazo e, tão logo findo, a União foi intimada pessoalmente por seu representante legal. O prazo da União, então, fluiu a partir dali.
Em 30.03.2011 consta a devolução dos autos no andamento processual. Em 04.04.2011 consta que houve ordem judicial para abertura de mais um volume no processo, o que costuma ocorrer automaticamente: cada volume comporta cerca de 200 folhas. Desde 04.04.2011 até 17.05.2011, ou seja, 43 dias, os autos aguardaram a abertura de mais um volume.
Após várias idas ao Cartório da 14ª Vara Federal, e até mesmo ao gabinete, foi informado que, finalmene, os autos estavam indo para as mãos da MMa. Juíza Federal. Há petição dos autores requerendo a abertura de prazo para alegações finais, aguardando despacho. Anteontem, terça-feira, compareci à 14ª Vara Federal e fui informado de que há poucos minutos o processo havia sido levado à conclusão. No dia seguinte, no entanto, continuava o andamento processual apontando “petição recebida em secretaria”.
Hoje, novamente, compareci à 14ª Vara Federal e fui informado de que o processo, finalmente, foi para a mesa da Juíza Federal no dia de hoje. Só que a Juíza Federal viajou e só voltará na segunda-feira.
Para fins de atualização.
88 responses so far
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mai 21 2011
“ESTELA E NISE”
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ESTELA E NISE
Alvarenga Peixoto
Eu vi a linda Estela, e namorado
Fiz logo eterno voto de querê-la;
Mas vi depois a Nise, e é tão bela,
Que merece igualmente o meu cuidado.
A qual escolherei, se neste estado
Não posso distinguir Nise d’Estela?
Se Nise vir aqui, morro por ela;
Se Estela agora vir, fico abrasado.
Mas, ah! que aquela me despreza amante,
Pois sabe que estou preso em outros braços,
E esta não me quer por inconstante.
Vem, Cupido, soltar-me destes laços,
Ou faz de dois semblantes um semblante,
Ou divide o meu peito em dois pedaços!
55 responses so far
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Archive for abril, 2011
abr 09 2011
A ROSA DE HIROSHIMA
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A ROSA DE HIROSHIMA
Vinicius de Moraes
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
20 responses so far
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abr 11 2011
AUDIÊNCIA PÚBLICA 12.04.
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Amanhã, 12 de abril, audiência pública no Senado sobre a questão Aerus.
55 responses so far
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Humberto Oliveira Soaresem 18 abr 2011 �s 21:13
Dr. MAIA, boa noite,
Tive a oportunidade de assistir o pronunciamento que o senhor fez na TV-SENADO que deixou a FAMÍLIA AERUS com esperança na AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Além do profundo conhecimento em “Fundo de Pensão”, o senhor é um ser humano iluminado, carismático
e batalhador, um profissional do direito como poucos. Dr. MAIA, a nossa eterna gratidão pela sua simplicidade, humildade, boa vontade e paciência em nos receber em seu escritório por dezesseis vezes, foram dezesseis reuniões com duração de seis a dez horas cada, sempre nos recepcionando com um café da manhã. A nossa gratidão também o carinho com que a secretária Zélia nos recebia.
Assim como a FAMÍLIA AERUS, também nós da FAMÍLIA BENEBEANA, temos muita esperança na nossa “AÇÃO CIVIL PÚBLICA”, contra BNB/CAPEF/TESOURO NACIONAL. Temos três motivos muito fortes para acreditarmos no êxito dessa ação: primeiro porque em 1997 o Tesouro fez aporte de 480 milhões na CAPEF e o então psicopata do presidente do BNB devolveu, informando que a CAPEF não precisava de recursos – também puder, a nossa contribuição na época era de 35%; – segundo, que o Tesouro Nacional tem 89,1% das ações do BNB; terceiro, depositamos toda a nossa confiança na capacidade do nosso GURU pois além de nosso advogado o senhor é também o nosso Guia Espiritual.
Dr. MAIA, as nossas ORAÇÕES pela recuperação da sua SAÚDE continuam diuturnamente.
Um forte abraço
Humberto-AABNB-MONTES CLAROS-MG.
Resposta – Muito obrigado, amigo.
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21 responses so far
abr 16 2011
“EM FACE DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS”
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EM FACE DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
Carlos Drummond de Andrade
Oh! sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
Por que seremos mais castos
que o nosso avô português?
Oh! sejamos navegantes,
bandeirantes e guerreiros
sejamos tudo que quiserem,
sobretudo pornográficos.
A tarde pode ser triste
e as mulheres podem doer
como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos).
Teus amigos estão sorrindo
de tua última resolução.
Pensavam que o suicídio
fosse a última resolução.
Não compreendem, coitados,
que o melhor é ser pornográfico.
Propõe isso ao teu vizinho,
ao condutor do teu bonde,
a todas as criaturas
que são inúteis e existem,
propõe ao homem de óculos
e à mulher da trouxa de roupa.
Dize a todos: Meus irmãos,
não quereis ser pornográficos?
66 responses so far
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que não vou por aí!
# Petraem 16 abr 2011 �s 13:50
Resíduos – Carlos Drummond de Andrade
De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco.
Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).
Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.
Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço? vazio ? de cigarros, ficou um pouco.
Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.
Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?
Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.
De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil…
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver… de aspirina.
De tudo ficou um pouco.
E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
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Beijinhos carinhosos .
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# marcio6067em 17 abr 2011 �s 07:22
O Apanhador de Desperdícios
Manoel de Barros
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas,
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Preso insetos mais que aviões.
Preso a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim este atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
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Petraem 17 abr 2011 �s 10:46
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY (29.06.1900 – 31.07.1944)
Frei Betto
Livros são estranhas criaturas.Independem de seus autores. Percorrem caminhos imprevisíveis. Quase nunca o best-seller de hoje é o clássico de amanhã. Há quanto tempo sumiram das listas de mais vendidos Meu pé de laranja-lima, de José Mauro de Vasconcelos e Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach?
A 29 de junho fez cem anos que nasceu em Lyon, França, Antoine de Saint-Exupéry, autor do celebre O Pequeno Príncipe (1943). Tornou-se a obra mais citada por quem não se destaca pelo hábito de leitura.
Nove, em cada dez misses, o mencionam como livro preferido. O que contribui para condena-lo ao limbo das prateleiras de auto-ajuda, sem que a densidade de seu conteúdo – uma metáfora filosófica sobre a amizade e o amor — seja captada por muitos leitores.
Saint-Exupéry tomou-se piloto de avião aos 21 anos. O gosto pela aventura fez dele, em 1926, um dos pioneiros do correio aéreo, nas perigosas rotas entre a França, a África e a América do Sul. Na década de 30, empregou-se como piloto de provas. Um acidente obrigou-o a ficar um período em terra. De publicitário da Air France (1934), passou a repórter do jornal Paris-Soir, do qual foi correspondente de guerra na Espanha.
Em 1937, aceitou o risco de voar de Nova Iorque à Terra do Fogo. O avião caiu na Guatemala e ele sobreviveu com algumas seqüelas. Alistou-se no serviço de reconhecimento aéreo dos aliados, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 31 de julho de 1944, não retornou da missão que o levou a sobrevoar, num Lightning P38, a região entre os Alpes franceses e o Mediterrâneo. Há indícios de que mergulhou próximo ao porto de Marselha e, agora, os destroços da aeronave estão sendo resgatados pela Marinha francesa.
Após sobreviver a duas guerras mundiais e a dois acidentes aéreos, há quem suspeite que Saint-Exupéry tenha, deliberadamente, empreendido uma viagem sem volta. Dotado de um humanismo que oscilava entre o Evangelho de Jesus e o niilismo de Nietzsche, talvez ele quisesse atingir as estrelas e aterrissar no asteróide onde vive o pequeno príncipe.
Saint-Exupéry considerava que “voar ou escrever é a mesma coisa”. Quem escreve sabe o quanto a afirmação procede, considerada a precária tecnologia aeronáutica da primeira metade do século. O autor decola num vôo cego, apenas com uma intuição da rota, sem certeza de quando e como será a aterrissagem.
Os vôos literários do criador de O Pequeno Príncipe têm, entretanto, a arte de unir um estilo precioso com profundas reflexões sobre o sentido da vida. Em Correio do Sul (1929), cuja narrativa revela a influência de Gide, ele enfatiza o senso de fraternidade. Na época, cobrindo a rota Casablanca-Dakar, salvou aviadores em pane e libertou cativos das tribos do deserto.
Vôo Noturno (1931) é uma obra que trata das interrogações e angústias do ser humano inquieto frente ao próprio destino. Em Terra dos Homens (1939), que lhe fez merecer o grande prêmio da Academia Francesa, o estilo poético une-se à densidade filosófica do romance.
Em Piloto de Guerra, redigido em Nova York, em 1942, ele protesta contra o absurdo do conflito mundial enfatiza os direitos humanos.
«Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos” (O Pequeno Príncipe). Nesses tempos em que utopia soa como arcaísmo, competir se sobrepõe à solidariedade e o consumidor é mais valorizado que o cidadão, a obra de Antoine de Saint-Exupéry é um convite ao resgate do humanismo. Deveria ser leitura obrigatória nas escolas.
Jornal Popular – 29.06-05.07.2000
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Beijinhos carinhosos.
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# Petraem 17 abr 2011 �s 14:10
Taí , dr. Maia , resolvi que amanhã ( com a sua anuência ) começo a transcrição do livro ” Terra dos Homens” aqui no Bolicho . Não sei por que esta idéia não me saiu da cabeça nestas últimas semanas .
Agora uma frase que li não sei onde :
” Solidão não é a ausência de nada , é só a presença intensa de nós mesmos “.
http://www.youtube.com/watch?v=EtGF2m102Wg&feature=fvst
Beijinhos carinhosos .
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abr 24 2011
“A FLOR E A NÁUSEA”
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“A FLOR E A NÁUSEA”
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Uma flor nasceu na rua!
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
Ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
(Carlos Drummond de Andrade)
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abr 30 2011
“O AMOR”
Published by Maia under Uncategorized
“O AMOR”
Maiakovski
Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então, de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo cotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
- Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo;
a mãe,
pelo menos a Terra.
101 responses so far
-----------------------------------------------------------------------------# marcio6067em 30 abr 2011 �s 18:33
Matéria de poesia
Manoel de Barros
Todas as coisas cujos valorews podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para poesia
O homen que possui um pente
e uma árvore
serve para poesia
Terreno de 10 x 20, sujo de mato — os
que nele gorjeiam, detritos semoventes, latas
servem para poesia
Um chevrolé gosmento
Coleção de besouros abstêmios
O bule de Braque sem boca
são bons para poesia
As coisas que não levam a nada
têm grande importância
Cada coisa ordinária é um elemento de estima
…..
As coisa sem importância são bens de poesia
Pois é assm que um chevrolé gosmento chega
ao poema, e as andorinhas de junho.
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mar 05 2011
“Nascemos um para o outro, dessa argila”
Postado por Maia at 13:10 sob Uncategorized
Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs nas carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila…
Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila,
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranquila…
É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis)
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo
E do teu ventre nasceriam deuses…
72 respostas até o momento
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marcio6067em 06 mar 2011 �s 00:00
O espelho
Quando menino, eu temia que o espelho
Me mostrasse outro rosto ou uma cega
Máscara impessoal que ocultaria
Algo na certa atroz.
Temi também que o silencioso tempo do espelho
Se desviasse do curso cotidiano
Dos horários do homem e hospedasse
Em seu vago extremo imaginário
Seres e formas e matizes novos.
(Não disse isso a ninguém, menino tímido.)
Agora temo que o espelho encerre
O verdadeiro rosto de minha alma,
Lastimada de sombras e de culpas,
O que Deus vê e talvez vejam os homens.
Jorge Luis Borges
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# Petraem 14 mar 2011 �s 16:39
*Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.*
(Fernando Pessoa)
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mar 19 2011
“O MITO”
Postado por Maia at 14:39 sob Uncategorized
“O MITO”
Carlos Drummond de Andrade
Sequer conheço Fulana,
vejo Fulana tão curto,
Fulana jamais me vê,
mas como eu amo Fulana.
Amarei mesmo Fulana?
ou é ilusão de sexo?
Talvez a linha do busto,
da perna, talvez do ombro.
Amo Fulana tão forte,
amo Fulana tão dor,
que todo me despedaço
e choro, menino, choro.
Mas Fulana vai se rindo…
Vejam Fulana dançando.
No esporte ela está sozinha.
No bar, quão acompanhada.
E Fulana diz mistérios,
diz marxismo, rimmel, gás.
Fulana me bombardeia,
no entanto sequer me vê.
E sequer nos compreendemos.
É dama de alta fidúcia,
tem latifúndios, iates,
sustenta cinco mil pobres.
Menos eu, que de orgulhoso
me basto pensando nela.
Pensando com unha, plasma,
fúria, gilete, desânimo.
Amor tão disparatado.
Desbaratado é que é…
Nunca a sentei no meu colo
nem vi pela fechadura.
Mas eu sei quanto me custa
manter esse gelo digno,
essa indiferença gaia
e não gritar: Vem, Fulana!
Como deixar de invadir
sua casa de mil fechos
e sua veste arrancando
mostrá-la depois ao povo
tal como é ou deve ser:
branca, intata, neutra, rara,
feita de pedra translúcida,
de ausência e ruivos ornatos.
Mas como será Fulana,
digamos, no seu banheiro?
Só de pensar em seu corpo
o meu se punge… Pois sim.
Porque preciso do corpo
para mendigar Fulana,
rogar-lhe que pise em mim.
Que me maltrate… Assim não.
Mas Fulana será gente?
Estará somente em ópera?
Será figura de livro?
Será bicho? Saberei?
Não saberei! Só pegando,
pedindo: Dona, desculpe…
O seu vestido esconde algo?
tem coxas reais? cintura?
Fulana às vezes existe
demais: até me apavora.
Vou sozinho pela rua,
eis que Fulana me roça.
Olho: não tem mais Fulana.
Povo se rindo de mim.
(Na curva do seu sapato
o calcanhar rosa e puro.)
E eu insonte, pervagando,
em ruas de peixe e lágrima.
Aos operários: A vistes?
Não, dizem os operários.
Aos boiadeiros: A vistes?
Dizem não os boiadeiros.
Acaso a vistes, doutores?
Mas eles respondem: não.
Pois é possível? pergunto
aos jornais: todos calados.
Não sabemos se Fulana
passou. De nada sabemos.
E são onze horas da noite,
são onze rodas de chope,
onze vezes dei a volta
de minha sede: e Fulana
talvez dance no cassino
ou, e será mais provável,
talvez beije no Leblon,
talvez se banhe na Cólquida;
talvez se pinte no espelho
do táxi; talvez aplauda
certa peça miserável
num teatro barroco e louco;
talvez cruze a perna e beba,
talvez corte figurinhas,
talvez fume de piteira,
talvez ria, talvez minta.
Esse insuportável risco
de Fulana de mil dentes
(anúncio de dentrifício)
é faca me escavacando.
Me ponho a correr na praia.
Venha o mar! Venham cações!
Que o farol me denuncie!
Que a fortaleza me ataque!
Quero morrer sufocado,
quero das mortes a hedionda,
quero voltar repelido
pela salsugem do largo,
já sem cabeça e sem perna,
à porta do apartamento,
para feder: de propósito,
somente para Fulana.
E Fulana apelará
para os frascos de perfume.
Abre-os todos: mas de todos
eu salto, e ofendo, e sujo.
E Fulana correrá
(nem se cobriu: vai chispando),
talvez se atire lá do alto.
Seu grito é: socorro! e deus.
Mas não quero nada disso.
Para que chatear Fulana?
Pancada na sua nuca
na minha é que vai doer.
E daí não sou criança.
Fulana estuda meu rosto.
Coitado: de raça branca.
Tadinho: tinha gravata.
Já morto, me quererá?
Esconjuro, se é necrófila
Fulana é vida, ama as flores
as artérias e as debêntures.
Sei que jamais me perdoará
matar-me para servi-la.
Fulana quer homens fortes,
couraçados, invasores.
Fulana é toda dinâmica,
tem um motor na barriga.
Suas unhas são elétricas,
seus beijos refrigerados,
desinfetados, gravados
em máquina multilite.
Fulana, como é sadia!
Os enfermos somos nós.
Sou eu, o poeta precário
que fez de Fulana um mito,
nutrindo-me de Petrarca,
Ronsard, Camões e Capim;
que a sei embebida em leite,
carne, tomate, ginástica,
e lhe colo metafísicas,
enigmas, causas primeiras.
Mas, se tentasse construir
outra Fulana que não
essa de burguês sorriso
e de tão burro esplendor?
Mudo-lhe o nome: recorto-lhe
um traje de transparência;
já perde a carência humana;
e bato-a, de tirar sangue.
E lhe dou todas as faces
de meu sonho que especula;
e abolimos a cidade
já sem peso e nitidez.
E vadeamos a ciência,
mar de hipóteses. A lua
fica sendo nosso esquema
de um território mais justo.
E colocamos os dados
de um mundo sem classe e imposto;
e nesse mundo instalamos
os nossos irmãos vingados:
E nessa fase gloriosa,
de contradições extintas,
eu e Fulana, abrasados,
queremos… que mais queremos?
E digo a Fulana: Amiga
afinal nos compreendemos.
Já não sofro, já não brilhas,
mas somos a mesma coisa.
(uma coisa tão diversa
da que pensava que fôssemos.)
16 respostas até o momento
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Valdenor de Oliveira Monteiroem 20 mar 2011 �s 06:13
Lendo esses belos textos sobre o Amor (vivido e projetado) e a solidão que ele, de repente, acarreta, vale observar que, no primeiro poema, apesar da ironia na linguagem de Drummond com seu “mito”, ele, mesmo assim, revela o sentimento ainda romântico que temos em relação ao objeto dos nossos desejos, quando não realizados, e a distância causada pelas agruras do cotidiano, pela mesmice da convivência do dia-a-dia quando conseguimos alcançar o objeto desse mesmo amor. Daí, lembrei-me dessa bela canção francesa de Jacques Revaux, autor da musica, e de Claude François, autor da letra, descrevendo o estado íntimo da dor de Revaux pela separação sofrida na época.
P.S. Vale lembrar que essa canção, depois, foi traduzida diferentemente em vários idiomas. O título mais conhecido é “My Way” que não tem nada, nada mesmo a ver com a letra original de François e Thibaut.
Comme d’habitude Claude François
Je me lève et je te bouscule
Tu ne te réveilles pas comme d’habitude
Sur toi je remonte le drap
J’ai peur que tu aies froid comme d’habitude
Ma main caresse tes cheveux
Presque malgré moi comme d’habitude
Mais toi tu me tournes le dos
Comme d’habitude
Alors je m’habille très vite
Je sors de la chambre comme d’habitude
Tout seul je bois mon café
Je suis en retard comme d’habitude
Sans bruit je quitte la maison
Tout est gris dehors comme d’habitude
J’ai froid, je relève mon col
Comme d’habitude
Comme d’habitude, toute la journée
Je vais jouer à faire semblant
Comme d’habitude je vais sourire
Comme d’habitude je vais même rire
Comme d’habitude, enfin je vais vivre
Comme d’habitude
Et puis le jour s’en ira
Moi je reviendrai comme d’habitude
Toi, tu seras sortie
Pas encore rentrée comme d’habitude
Tout seul j’irai me coucher
Dans ce grand lit froid comme d’habitude
Mes larmes, je les cacherai
Comme d’habitude
Comme d’habitude, même la nuit
Je vais jouer à faire semblant
Comme d’habitude tu rentreras
Comme d’habitude je t’attendrai
Comme d’habitude tu me souriras
Comme d’habitude
Comme d’habitude tu te déshabilleras
Comme d’habitude tu te coucheras
Comme d’habitude on s’embrassera
Comme d’habitude
Comme d’habitude on fera semblant
Comme d’habitude on fera l’amour
Comme d’habitude on fera semblant
Canção composta em 1967 por Claude François e Jacques Revaux, letra de Claude François e Gilles Thibaut
http://www.youtube.com/watch?v=n5BAXIcseak
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# marcio6067em 20 mar 2011 �s 07:38
A Amizade
Esta NÃO vem com loucuras
Ou mistérios a desvendar
Não vem com a onda do Havaí
Ou como esportes radicais
Esbanjando adrenalina
Te tirando deste chão
E te falando de amores e paixão
Esta vem como o mar do Nordeste
Com suas águas quentes
De um verde bem lindo
Vem como o barulho do riachinho
Correndo entre as pedras
Como um doce gostoso
De surpresa
Vem p´ra restaurar o compasso
Do coração
P´ra lembrar do sorriso inocente das crianças
Vem através da música
Que só um amigo de verdade
Reconhece num outro coração
Esta é a amizade
A beleza que é capaz de nos acolher
E que em momentos mágicos se mostra
Na figura de alguém
Como um presente
E ela me trouxe você
Como a estrela mais brilhante
De uma noite encantada
Obrigada pelo seu carinho
Obrigada por me fazer feliz
Obrigada por existir
Marilena Nascimento
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